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A busca pela excelência na pós-graduação

Publicado: Quinta, 08 de Novembro de 2018, 09h00

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), fundação do Ministério da Educação (MEC), desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação no país. Uma de suas principais missões, entre outras, é o fomento à formação de recursos humanos de alto nível no Brasil e no exterior. 

A CAPES é o órgão responsável por aprovar a criação de novos cursos de pós-graduação no país, e possui um sistema de avaliação de programas de pós-graduação (PPGs) que é reconhecido mundialmente por sua amplitude e complexidade. A avaliação dos PPGs é realizada por pares, e qualifica-os em um sistema de notas que pode ir de 1 a 7. Para ser considerado regular, um PPG deve obter, no mínimo, nota 3. Já para manter um curso de doutorado, o programa deve ter, ao menos, nota 4.

Os PPGs com notas 6 e 7, por sua vez, estão inseridos no que a CAPES chama de “Programa de Excelência Acadêmica (Proex)”. Considera-se que esse seleto grupo apresenta desempenho equivalente a padrões internacionais de excelência, com reputação e qualidade compatíveis às das melhores instituições do mundo. Os PPGs inseridos no Proex recebem da CAPES uma dotação orçamentária privilegiada e autônoma, que pode ser utilizada de acordo com prioridades estabelecidas pelos próprios programas. 

De acordo com a mais recente avaliação quadrienal da CAPES (2017), o Brasil dispõe hoje de 5.600 cursos de pós-graduação stricto sensu, entre mestrado e doutorado. Pouco mais da metade dos programas de pós-graduação oferece ambos os cursos (51%). Apenas 11%, porém, tem notas 6 e 7. Outros 18% tem nota 5 – considerada de excelência no âmbito nacional –, 35,33% tem nota 4 e 32,86%, nota 3.* 

Atualmente, a Universidade Federal do ABC mantém 24 programas de pós-graduação acadêmicos e três mestrados profissionais, além do Doutorado Acadêmico Industrial (DAI). Ainda não dispõe, porém, de nenhum programa nos dois mais altos níveis de avaliação (6 e 7). No entanto, apesar de terem sido criados há apenas 9 anos, três de seus programas – Nanociências e Materiais Avançados, Física e Química – já conquistaram a nota 5, e possuem chances reais de alcançar a nota 6 na próxima avaliação quadrienal (2021). 

A busca pela evolução na avaliação da CAPES deve ser um objetivo institucional, comum a todos os envolvidos no processo científico e educacional em todos os programas – mas, sobretudo, nos três supracitados. Um eventual aumento de nota beneficiaria: 

- Os alunos, pois teriam a oportunidade de cursar mestrados e doutorados de reconhecida excelência acadêmica, além de ostentarem um selo adicional de qualidade em seus diplomas; 

- Os docentes credenciados nos programas, que teriam uma maior exposição, conseguindo captar alunos mais bem qualificados e podendo receber recursos para a pesquisa e o ensino de mais fontes de financiamento;

- Os programas de pós-graduação seriam beneficiados, pois poderiam participar do Programa Proex da CAPES, que prevê maiores recursos e um maior número de bolsas de mestrado e doutorado para cursos nota 6 e 7; 

- A UFABC, como um todo, também seria diretamente beneficiada, pois seria elevada ao seleto grupo de universidades que possuem cursos de excelência internacional, podendo concorrer a editais abertos exclusivamente para tais instituições. A existência de cursos com notas 6 e 7 beneficiaria, também, todos os demais programas da Universidade, que poderiam participar dos editais adicionais aos quais ela estaria qualificada. A avaliação da UFABC em diversos rankings, inclusive do MEC, também poderia melhorar. 

O avanço da nota de um programa depende do empenho e trabalho conjunto de toda a comunidade universitária, dados os critérios considerados pela CAPES em suas avaliações: proposta do programa, corpo docente, corpo discente, produção intelectual e inserção social. Os alunos, que são o principal objetivo de qualquer programa de pós-graduação, devem se esforçar além da média, otimizar ao máximo a experiência de formação em um curso de excelência e levar o nome da Universidade e do programa para além de seus limites institucionais. Os docentes devem se dedicar ao aumento de sua produtividade em pesquisa, quantitativo e qualitativo, principalmente em coautoria com seus discentes, e orientá-los em projetos inovadores, na fronteira do conhecimento, para além da pesquisa incremental. A Universidade, por sua vez, tem papel fundamental no sentido de viabilizar as propostas dos programas, apoiar o seu desenvolvimento e colaborar para a sua inserção social. Cabe à Universidade, também, disseminar a visão de que a existência de programas com notas 6 e 7 é valorosa para toda a comunidade interna. À medida que o nível de complexidade cresce, entretanto, aumenta de forma semelhante o custo para que esse avanço realmente ocorra. 

Há de se registrar que, uma vez que os programas com notas 6 e 7 apresentam desempenho equivalente a padrões internacionais de excelência, estão em plena consonância com as metas da UFABC relativas à sua internacionalização, descritas em seu Plano Institucional de Internacionalização (2018-2023) e em seu Plano de Desenvolvimento Institucional (2013-2022).

Assim, a inserção e manutenção de programas de pós-graduação da UFABC no Programa de Excelência Acadêmica da CAPES deve ser um objetivo institucional perseguido coletivamente. As ações de incentivo a esse aumento de nota devem se dar do macro para o micro, com o claro apoio da Universidade e das coordenações dos PPGs. Juntos, certamente chegaremos a este objetivo maior. 

Prof. Dr. José Antonio Souza 
Coordenador do PPG em Nanociências e Materiais Avançados da UFABC
Docente do PPG em Nanociências e Materiais Avançados e do PPG em Física da UFABC

Prof. Dr. Gustavo Martini Dalpian 
Ex-Vice-Reitor e ex-Pró-Reitor de Pós-Graduação da UFABC 
Docente do PPG em Nanociências e Materiais Avançados e do PPG em Física da UFABC

Camila Binhardi Natal 
Mestra em Ensino e História das Ciências e da Matemática pela UFABC
Servidora TA na Assessoria de Comunicação e Imprensa da UFABC

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