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Interação de contaminantes com o subsolo de um aterro de resíduos sólidos urbanos em Bauru/SP

 

UFABCiência: Qual o tema da sua pesquisa?

Gabriel: Interação de poluentes com o subsolo em uma área de aterro sanitário.

UFABCiência: Por que escolheu estudar este tema?

Gabriel: A escolha do tema deu-se pela relevância da recorrência da contaminação gerada pela má gestão de aterros sanitários em ambientes tropicais, assim como pela capacidade da infiltração de poluentes gerados nessas áreas de causar alterações nos solos e nas águas subterrâneas. Existe uma carência de estudos que compreendam esse problema, assim como um aumento mundial da exploração de águas subterrâneas.

UFABCiência: Como realizou? 

Gabriel: Foram utilizados dados de águas subterrâneas de um monitoramento realizado no Aterro de resíduos sólidos e urbanos de Bauru, em Bauru/SP. Esses dados compreenderam informações coletadas entre os anos de 2003 a 2015, incluindo parâmetros físico-químicos e concentrações de elementos químicos. Houve uma análise estatística desses dados, avaliando aqueles elementos com maiores valores médios e possíveis valores incorretos, assim como a tendência de comportamento temporal, aumento ou diminuição. Houve uma classificação dos elementos relevantes no contexto do aterro, seja por sua concentração elevada, nível de contaminação ou por sua relevância na amostra. Por fim, foi realizada uma modelagem geoquímica para avaliar a interação entre os elementos químicos presentes na água subterrânea, observando que produtos formaram por sua interação, assim como qual o seu estado e quais processos envolvem a sua formação.

UFABCiência: Quais foram os resultados alcançados?

Gabriel: Houve uma diminuição da carga de matéria orgânica presente na água subterrânea no decorrer dos anos, assim como da acidez e da oxidação, representando um processo de evolução do aterro. Os seguintes compostos foram importantes no contexto do aterro, seja por elevadas concentrações de contaminação ou por sua relevância dentro de uma amostra: Al, As, Ba, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, K, Mn, Ni, Nitrogênio Amoniacal, NO3-, NO2-, Pb, PO43- Total, SO42-, S2- e Zn. As características do ambiente foram fundamentais para explicar a presença de certos compostos químicos nas águas subterrâneas, assim como o próprio aterro foi fonte de alguns desses, além da influência do ambiente ao redor pelo uso de fertilizantes. O principal processo envolvido na interação do contaminante com subsolo foi a hidrólise, sendo também relevantes a absorção, adsorção, complexação, diluição, oxirredução e trocas catiônicas. A modelagem permitiu elucidar os comportamentos e processos que ocorrem no aterro.

UFABCiência: Quais as dificuldades encontradas?

Gabriel: A escassez de trabalhos realizados no Brasil utilizando modelagens geoquímicas para investigar esses processos de interação criou uma barreira para comparações, o que foi solucionado com a comparação de trabalhos vindos de outras áreas tropicais. Outra dificuldade foi a rejeição, por parte de membros de agências de fomento, que consideraram um problema o uso de dados secundários, julgando o trabalho de avaliá-los como administrativo e não científico.

UFABCiência: Deixe uma frase que sintetize a importância da contribuição da sua dissertação para o universo científico e o cotidiano das pessoas.

Gabriel: A demanda de trabalhos que compreendam a contaminação advinda de aterros sanitários devido a infiltrações no subsolo é grande, sendo muito mais relevante em regiões tropicais. O uso de uma metodologia como a modelagem geoquímica, que permite explorar dados referentes a um longo monitoramento, contribui de forma considerável como mais uma ferramenta nessa área. Dessa forma, esta dissertação contribui não somente em uma área com carência de dados, mas também na divulgação de uma ferramenta acessível de baixo custo, que permite explorar todo esse problema e pode auxiliar tanto na prevenção quanto na remediação.

 

Gabriel Messias Moura de Faria

Perfil

Gabriel Messias Moura de Faria

Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental pela Universidade Federal do ABC. Atualmente atua com geoquímica de águas subterrâneas contaminadas por chorume. Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Lavras.

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