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Os novos superpesados recebem nome e fecham o sétimo período da tabela periódica

Nihonio, Moscovio, Tennessino e Oganesson, esses são os nomes divulgados em 08/06/2016 pela IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry) para os novos quatro elementos químicos, originalmente anunciados em 30/12/2015. Com esses quatro novos elementos, completa-se o 7º período da tabela periódica. Isso mesmo, a partir de agora, se mais um elemento for descoberto, um novo período será adicionado à tabela periódica.

Embora somente agora a IUPAC tenha incluído esses elementos oficialmente na tabela, eles foram descobertos alguns anos atrás, mas só foram incluídos agora porque é importante que os resultados apresentados pelos cientistas sejam reproduzidos.

Cientistas do RIKEN Nishina Center for Accelerator-Based Science no Japão foram os responsáveis pela descoberta do elemento 113 nomeado Nihonio (Nh). O nome origina-se de Nihon (日本) que significa Japão em japonês.

O elemento 115, nomeado Moscovio (Mc), e o elemento 117, Tennessino (Ts), foram sintetizados pelo Joint Institute for Nuclear Research (JINR) em Dubna, na região de Moscou (daí o nome do elemento químico 115), em colaboração com pesquisadores de Lawrence Livermore National Laboratory da California e Oak Ridge National Laboratory do Tennessee (homenageado com o nome do elemento 117). Já o elemento 118, recebeu o nome de Oganesson (Og), em homenagem ao pesquisador Yuri Oganessian, um pesquisador russo de 83 anos do JINR, que participou da descoberta de diversos elementos superpesados.

Esses elementos são todos radioativos e possuem um tempo de meia-vida muito curto. Tempo de meia-vida é o tempo que leva para metade dos átomos presentes em uma amostra se transformar em elementos mais leves. Destes quatro elementos recentemente descobertos, o que apresenta o maior tempo de meia-vida é o Nihonio, 20 segundos, enquanto os demais estão na casa dos milissegundos.

Os novos elementos químicos não foram descobertos na natureza, mas sim produzidos, ou sintetizados, em reatores nucleares ou aceleradores de partículas. Com meia-vidas tão curtas, qualquer átomo desses elementos que tivesse sido criado junto com o planeta Terra já teria desaparecido, ou melhor, decaído para elementos mais estáveis. O Nihonio, por exemplo, foi obtido a partir do bombardeamento do Bismuto com Zinco. Já o Moscovio, o Tennessino e o Oganesson foram todos obtidos pelo bombardeamento de Cálcio nos seguintes elementos: Amerício, Berkélio e Califórnio, respectivamente.

Mas, se eles duram tão pouco tempo, qual é a importância deles? Bom, os cientistas preveem que será possível sintetizar um elemento químico superpesado estável. A estimativa é que esse elemento esteja entre os números atômicos 120 e 127. Quando esse novo elemento for sintetizado, ele pode abrir espaço para novas aplicações.

Para saber mais:

  • Morita et al. "Experiment on the Synthesis of Element 113 in the Reaction 209Bi(70Zn,n)278113". Journal of the Physical Society of Japan, 2004, 73 (10): 2593–2596.
  • Oganessian et al. "Synthesis of elements 115 and 113 in the reaction 243Am + 48Ca". Physical Review C, 2005 72 (3): 034611.
  • Oganessian et al. "Synthesis of the isotopes of elements 118 and 116 in the 249Cf and 245Cm+48Ca fusion reactions". Physical Review C, 2006, 74 (4): 044602
  • Oganessian et al. "Synthesis of a New Element with Atomic Number Z=117". Physical Review Letters, 2010, 104 (14): 142502.

Perfil

Érica de Liandra Salvador

Possui graduação em Bacharelado e Licenciatura Plena em Química pelo Centro Universitário Fundação Santo André (2007), Pós-Graduação em Lato Sensu em Química pela Faculdade Oswaldo Cruz (2010) e Mestrado em Ciência e Tecnologia/Química pela UFABC. Atualmente, é aluna de doutorado pelo mesmo curso, desenvolvendo projeto com ênfase em química teórica, química computacional e fotociências, especificamente células solares sensibilizadas por corantes baseados em compostos de rutênio(II). Mantém o blog científico http://infinito-e-diverso-els.blogspot.com.br/.

Perfil

Paula Homem de Mello

Bacharel em química, doutora em físico-química pela Universidade de São Paulo com estágio na Università di Pisa, é professora da UFABC desde agosto de 2006. Orientadora do programa de pós-graduação em Ciência e Tecnologia/Química da UFABC, faz pesquisa na área de simulação computacional e é bolsista de produtividade do CNPq.

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