Estudo e desenvolvimento de Modelagem para previsão de vazão de rios na Bacia do Paraná

Devido à importância do conhecimento das variações da vazão de rios para o planejamento dos usos múltiplos da água, este mestrado objetiva explorar as influências remotas do clima, via padrões de variabilidades climáticas, e regionais, via precipitação e vazão em bacias de contribuição. Para tanto, foram desenvolvidos modelos empíricos de vazões mensais na parte baixa da Bacia do Paraná, onde está localizada a Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Localização da Bacia do Paraná, seus principais rios, sub-bacias e a Usina Hidrelétrica de Itaipu

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Visando garantir séries históricas longas e completas, necessárias para construção de modelos empíricos, os dados de precipitação foram tratados de forma a identificar dados duvidosos e preencher séries incompletas. Além disso, os dados de precipitação foram interpolados, pelo método de Krigagem ordinária, e posteriormente, regionalizados, através de Análise de Cluster, visando diminuir o número de séries inseridas no modelo, mantendo regiões com padrões distintos. O modelo empírico utilizado foi o de Regressão Linear Múltipla, sendo aplicado para estimativas de vazão em Itaipu com defasagens variando de 1 a 4 meses, considerando todos os meses consecutivos (modelo geral). Também foram desenvolvidos modelos mensais, para cada mês do ano, separadamente, com defasagens variando de 1 a 12 meses. Para o desenvolvimento dos modelos, considerou-se o período de 1980 a 2000 para calibração e o período de 2001 a 2010, para validação. Estes modelos foram testados com diferentes grupos de preditores, tais como: índices climáticos; precipitação em regiões pluviométricas homogêneas; vazão em pontos a montante e a própria vazão em Itaipu; e o conjunto de todos os preditores anteriores. Por meio do método stepwise foram selecionados os preditores mais significativos, sendo destacados os preditores: os índices do El Niño Oscilação Sul e de anomalias de temperatura da superfície do mar no Atlântico Tropical Sul; precipitação em regiões ao sul da bacia; e própria a vazão em Itaipu defasada. Os modelos foram validados, indicando de um modo geral um maior desempenho nas defasagens mais curtas, quando considerados os preditores de vazão e precipitação. Nas defasagens mais longas, verificou-se que o melhor desempenho, ocorre para o modelo considerando somente os índices climáticos. Portanto, os resultados deste estudo demonstram a importância de serem consideradas as influências remotas do clima nas estimativas de vazão em longo prazo.

Maria Gabriela Louzada Malfatti

Perfil

Maria Gabriela Louzada Malfatti

Bacharela em Ciência e Tecnologia, UFABC, Engenheira Ambiental e Urbana, UFABC e Mestra em Ciência e Tecnologia Ambiental, UFABC. Atualmente participa do projeto de extensão, Modelo computacional para análise e avaliação dos impactos ambientais e sociais na geração de energia e uso da água em contribuição ao planejamento energético, na UFABC coordenado pela professora doutora Patrícia Teixeira Leite Asano. Em continuidade com a pesquisa de previsão de vazões, pretende-se iniciar o doutorado, buscando ampliar os conhecimentos na área de previsões de vazões.

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