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Estudo sobre a gula revela mecanismo da atração por açúcar

Publicado: Quinta, 18 de Fevereiro de 2016, 09h36

Uma pesquisa sobre o funcionamento do cérebro no processo da gula, que tem a colaboração da neurocientista e professora Tatiana Lima Ferreira da UFABC, desvenda como se dá a atração de vertebrados por alimentos com açúcar. O estudo indica que há uma distinção entre sistemas de percepção das sensações de prazer e de nutrição provocadas pelo ato alimentar. Experimentos com camundongos mostram que o açúcar estimula a produção de dopamina — neurotransmissor ligado ao sistema de recompensa, que ativa circuitos motores responsáveis pela ingestão e mastigação — independentemente do sabor doce do alimento.

A investigação se concentra nas partes ventral e dorsal do estriado — região central do cérebro. O experimento básico se constituiu no oferecimento de adoçante aos animais via bebedouro e aplicação de soluções de açúcar (D-glicose) ou adoçante sem conteúdo calórico (sucralose) diretamente no sistema digestivo. Os resultados revelam que o sistema ventral libera dopamina com a ingestão do adoçante artificial ou do açúcar, já no sistema dorsal, apenas o açúcar promove a liberação do neurotransmissor. Portanto, teríamos vias cerebrais distintas relacionadas com o processamento do prazer do sabor doce e a das calorias agregadas a esses alimentos.

O estudo considera que a vontade por doces integra uma estratégia de sobrevivência que evoluiu vinculada ao reforço de atendimento das necessidades nutricionais. Isso poderia explicar o porquê de bebidas e comidas diets não apresentarem a mesma atração do que seus correspondentes açucarados; não seria o sabor doce que importa e sim a caloria por trás dele. Isso leva os animais a repetir sempre que possível o comportamento alimentar diante de um cardápio açucarado. Outro fato a ser destacado foi a reversão desse efeito nos camundongos submetidos à cirurgia bariátrica, pois os animais deixaram de mostrar a compulsão por açúcar — ocorrência já observada em humanos que passam pelo mesmo procedimento.

Esse trabalho é coordenado pelo neurocientista brasileiro Ivan de Araújo da universidade norte-americana de Yale e, além da participação da professora Tatiana, conta com a colaboração da neuroanatomista Sara Shammah-Lagnado do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e de outros pesquisadores radicados nos Estados Unidos. Artigos sobre a pesquisa foram publicados no periódico britânico Nature Neuroscience, na revista americana Cell Metabolism e foram tema de matérias na Nature, no The Telegraph e na revista Pesquisa FAPESP.

Assessoria de Comunicação e Imprensa

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