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Pós-graduação com indústria avança de projeto piloto para programa com 2 mil bolsas

O Doutorado Acadêmico Industrial (DAI) completa uma década de existência na UFABC. Criado como projeto pioneiro em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o programa alcançou 23 projetos concluídos ao longo dessa trajetória — outros 15 estavam com pesquisas em andamento até o primeiro semestre de 2023.

Atualmente, o DAI conta com estudos que envolvem parcerias com dez empresas, dentre o total das 43 de diversos ramos que se cadastraram desde o início das atividades do curso — cerca de ¼ delas na região do ABC. As bolsas ofertadas pelo CNPq permitiram que 46 alunos fossem selecionados, dos quais 40 iniciaram o pré-doutorado — fase inicial em que o aluno elabora o projeto de pesquisa em colaboração com o setor industrial.

Wagner Carvalho, coordenador do DAI no período de desenvolvimento dos primeiros projetos em 2014, conta que as ações iniciais consolidaram o programa em algumas frentes internas e externas: corpo docente, CNPq, empresas, divulgação, processo seletivo e acompanhamento dos alunos. “Naquele momento, havia necessidade de maior integração entre pesquisadores, empresas e discentes, passando pela diversificação das áreas de atuação” — afirma o ex-coordenador.

Hoje existe a perspectiva de ampliação e fortalecimento da iniciativa para alcançar o ecossistema de empreendedorismo e inovação. O objetivo é atrair cada vez mais empresas de diferentes áreas — inclusive startups — para projetos em parceria.

Segundo a atual coordenadora do DAI, a professora Anne Cristine Chinellato, em torno de 70% dos alunos formados trabalham em empresas, a maioria atuando em sua respectiva área de expertise. Ela lembra que várias empresas repetiram a experiência com a Universidade com mais de um projeto, o que “demonstra a satisfação com o resultado dessa interação entre academia e setor produtivo”.

Expansão

Dez anos após o lançamento como projeto piloto, a coordenadora ressalta o amadurecimento e evolução do curso e comemora resultados que ela considera surpreendentes. Um dos principais é a abrangência conquistada no cenário nacional: as 20 bolsas iniciais do CNPq oferecidas no projeto piloto se transformaram em 2.000 por todo o país em 2022. “A proposta que surgiu na UFABC como embrião em 2013, está presente hoje em cerca de 60 instituições de ensino brasileiras” — lembra Anne.

Além dos indicadores de expansão, outra consequência dessa consolidação foi a ampliação do interesse das empresas pela UFABC. “Os projetos fomentaram a criação de uma unidade da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) na Universidade” — conta a coordenadora. Trata-se de uma Organização Social que desde 2013 visa fortalecer a capacidade de inovação da indústria brasileira.

Quanto ao futuro do DAI, Anne afirma que os desafios vão para além das fronteiras nacionais e miram na internacionalização, pois há totais condições de se fazer esse trabalho em plano mundial. Para ela, “vivemos em um mundo com desafios globais, que são encarados de formas diferentes e complementares de acordo com os aspectos culturais, experiências e crenças de cada sociedade”.

Carona

Em junho de 2011, o então presidente do CNPq Glaucius Oliva ministrou, como convidado, um colóquio na Universidade. Na ocasião, o dirigente externou a preocupação sobre o nível de interação entre universidades e empresas.

Klaus Capelle, o então pró-reitor de Pesquisa da UFABC, conta que naquele dia do evento uma situação inusitada marcou o pontapé inicial para construção do DAI: “Terminado o colóquio, o presidente do CNPq iria ao aeroporto em carro da frota da Universidade e fui em carona nesse veículo até o prédio da Rua Catequese (antiga sede administrativa da UFABC)”.

Nesse percurso de aproximadamente dez minutos, Klaus aproveitou para reiterar que a UFABC estaria à disposição do CNPq para experimentar novas modalidades de fomento para a interação Universidade-Empresa. “Lembro-me de dizer ao Glaucius: a UFABC pode servir de laboratório para algo que o CNPq esteja querendo testar em ambiente real, mas que talvez ainda não tenha maturidade para já ser transformado em iniciativa nacional”.

Para Klaus, os dois se deram conta de que havia ali uma oportunidade ímpar para uma cooperação que atenderia às duas instituições. Foi o primeiro movimento para concretizar um projeto inédito que tornaria possível a elaboração de pesquisas colaborativas entre UFABC e indústrias. “Era uma iniciativa com o propósito de gerar conhecimento e inovação e, simultaneamente, propiciar aos alunos uma oportunidade para trabalhar com pesquisas tecnológicas de alta complexidade” — define o ex-dirigente.

À época, a Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade ficou com a missão de desenvolver e testar o programa inédito. Dois anos após o percurso de carro com os dois dirigentes científicos, a UFABC e o CNPq lançavam o projeto piloto do primeiro Doutorado Acadêmico Industrial do país.

Lacuna preenchida

Anne Chinellato também coordena o Mestrado Acadêmico para a Inovação (MAI), modalidade de pós-graduação que em 2019 seguiu na esteira do DAI como projeto piloto em parceria com o CNPq. Ela lembra que esse curso preencheu uma lacuna identificada ao longo da consolidação da versão doutorado do projeto de parceria.

No DAI, empresas de menor porte e potencial de absorção de mão de obra especializada — startups, por exemplo — não eram consideradas ou procuradas para parcerias. Anne explica que isso se dava em virtude da curta trajetória/história dos empreendimentos, pois, mesmo promissores, há risco à promoção de acordos de pesquisa de longo prazo (característica fundamental do doutorado).

dai mai

Em seu primeiro ano de existência, o MAI ofertou 10 bolsas de mestrado e outras 20 de iniciação tecnológica (o que foi mais uma novidade) com vigência de quatro anos. No edital de lançamento durante a pandemia, a UFABC preencheu 40% das vagas, “um quantitativo satisfatório para um programa inaugurado em meio à maior crise sanitária já enfrentada no País” — avalia a coordenadora.

Com quatro anos de existência, dos quais quase três em meio a restrições provocadas pela pandemia de Covid-19, a coordenadora considera os resultados do MAI bastante animadores. “O programa despertou o interesse de 17 empresas dos mais variados setores de atuação, portes e regiões” — conta. Até o primeiro semestre de 2023, nove alunos prosseguiam com os estudos — dois deles com pesquisas concluídas.

Mais informações sobre o DAI e MAI estão disponíveis nas páginas dos cursos (mai-dai.ufabc.edu.br).

 

Assessoria de Comunicação e Imprensa - Universidade Federal do ABC (ACI UFABC)

Registrado em: Edição nº 2 - 2023
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