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Sinais que integram, comunicam e ensinam

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Outras maneiras de aprender e se comunicar

Ao chegar à Universidade, os estudantes surdos encontram uma estrutura voltada para integrá-los de maneira global à rotina acadêmica. O principal pilar para a tarefa é a ação da equipe de técnicos especializada na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), sob coordenação da Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas da UFABC (Proap).

A cada quadrimestre, os intérpretes, que classificam as demandas entre fixas e eventuais, organizam a agenda de acordo com as necessidades dos alunos com surdez na graduação. No caso da pós-graduação, os docentes solicitam o serviço quando identificam a necessidade com algum discente.

Rogério Timóteo é um dos técnicos responsáveis por intermediar comunicação entre ouvintes e alunos com problemas de audição. Tradutor e intérprete de Libras, ele e sua equipe atuam em atividades de aula, eventos presenciais ou virtuais, transmissões pela internet e na produção de materiais adaptados para os estudantes surdos. “Nosso trabalho está muito centrado em estudo continuado, em buscar esclarecimentos às dúvidas em relação aos conteúdos que iremos interpretar”, afirma Timóteo.

A tarefa envolve também, principalmente no caso dos materiais adaptados, consultas a bancos de dados, glossários e outros profissionais a respeito de termos que sejam mais adequados a se expressar em língua de sinais. Segundo Timóteo, o alto grau de tecnicalidade das disciplinas torna a prestação do serviço mais complexa, pois a linguagem usada é viso-espacial, ou seja, a interação se dá pela construção discursiva nos espaços à frente do corpo do tradutor. “Com os olhares do estudante surdo se apropriando das informações transmitidas, a interação visual ocorre em todo o tempo, e assim entendemos inclusive quando o estudante surdo não compreende a informação transmitida” — esclarece o técnico.

A atuação como tradutor e intérprete de Libras requer duas competências: a tradutória e a referencial. A tradutória pode ser adquirida em cursos de formação, oficinas, experiências profissionais e complementada com outros recursos. A referencial, ou seja, sobre o assunto, os conceitos envolvidos e as intenções do texto ou fala da língua de partida necessita de aprofundamento do profissional no tema em questão.

Acessibilidade e respeito

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Trabalho de Rogério exige estudo continuado para esclarecimentos dos conteúdos interpretados

O uso da Língua Brasileira de Sinais na UFABC compõe o arcabouço de uma política de acessibilidade que abrange desde o mapeamento das necessidades do perfil de alunos até o acompanhamento dos discentes pelos intérpretes nas salas de aula. Além dos dois alunos da graduação, há um romeno em mobilidade acadêmica e outros três na pós-graduação com surdez.

“Eu me sinto bem atendido e respeitado pelos profissionais, que demonstram competência e habilidade para transmitirem e esclarecerem as informações. Eu já tive outras experiências com intérpretes e posso afirmar que eles estão entre os melhores que já conheci”, disse, em entrevista mediada pela pró-reitoria, o estudante surdo do Bacharelado em Ciência e Tecnologia Gabriel Santos.

Desafios

A UFABC conta com uma equipe engajada na inclusão de pessoas com deficiência e a observância a leis avançadas é sempre citada como uma de suas qualidades nessa seara. Sob a gestão da professora Claudia Regina Vieira, a Proap vem trabalhando para ampliar o atendimento para além das salas de aula, já que existe crescimento sazonal na demanda do serviço com eventos e cerimônias.

O setor se esforça ainda para ampliar o número de intérpretes na equipe (havia três técnicos em julho de 2023). A Pró-reitoria afirma ter como prioridade na prestação do serviço as atividades dos alunos ingressantes com deficiência auditiva, seguida de capacidade de prover condições de ingresso aos postulantes surdos a uma vaga na UFABC.

Suporte legal

Em 2011, a Proap organizou o “I Seminário sobre Acessibilidade e Mobilidade da UFABC: Campus Acessível em Cidade Sustentável” (2011), marco zero da discussão sobre inclusão em ambos os campi da Universidade. A partir dali, ganhou corpo a prática administrativa de traçar perspectivas de novas ações com foco na redução da exclusão das pessoas com deficiência. As cotas voltadas para esse público foram o próximo passo de uma política considerada bastante avançada na questão.

Recentemente, a lei que garantiu aos estudantes surdos a presença dos intérpretes de Libras nas instituições de ensino completou 20 anos (10.436/02). Há ainda um decreto (5626/05) estipulando como devem ser formados os profissionais dessa área e que garante o atendimento em Libras para a comunidade surda em todas as instituições das esferas federal, estadual e municipal. Outra lei que versa sobre o assunto é a 14.191/21, que prevê a educação bilíngue para surdos e realiza uma emenda na LDB 9394/96, colocando a Libras como primeira língua e o português como segunda para todas as pessoas com deficiência auditiva do País.

 

Assessoria de Comunicação e Imprensa - Universidade Federal do ABC (ACI UFABC)

Registrado em: Edição nº 2 - 2023
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