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Reitoria divulga comentários sobre reportagem de "Veja"

Publicado: Segunda, 05 de Abril de 2010, 16h28
A Reitoria da universidade divulgou esclarecimentos e comentários sobre a matéria da revista "Veja" de título "Pecados pouco originais", publicada na edição de 7 de abril, e mensagem de uma das alunas entrevistadas. A reportagem aborda a expansão das universidades públicas e contém citações referentes à UFABC.

Sobre a reportagem da revista "Veja":

A respeito da reportagem "Pecados pouco originais", publicada na edição da revista "Veja" de 7 de abril, cumpre esclarecer:

1 - A informação de que, na UFABC, "cada grupo de seis alunos conta com um professor" possivelmente foi obtida pela divisão do número de alunos matriculados em 2009 (2617) pelo número de professores que inclui os contratados em 2010 (414). Se as duas informações forem medidas no mesmo instante do tempo, por exemplo, em 2010, então aos 2617 alunos de 2009 há que se somar os 1700 alunos matriculados em 2010. Com isso, o mesmo quociente passa a quase 11 alunos por professor, aproximadamente o dobro do informado na reportagem. Cumpre registrar, todavia, que esses números pouco significam, uma vez que são métricas usualmente empregadas em instituições bem estabelecidas, funcionando em regime estacionário, mas que não servem como referência àquelas em fase transitória, de implantação. A UFABC foi concebida para ter uma relação de um professor para cada grupo de 18 alunos, meta que deverá ser atingida nos próximos cinco anos.

2 - A estranha informação de que, na UFABC, "nenhum reitor ficou no cargo mais de um ano" corresponde rigorosamente ao oposto da verdade factual, já que nenhum reitor ficou no cargo menos do que um ano.

3 - Na transcrição da longa entrevista concedida pelo assessor da reitoria, Julio Facó, à repórter da revista VEJA, está registrado que a evasão do primeiro ano letivo da UFABC, da ordem de 40%, constituiu-se em fato isolado, uma vez que não se repetiu nos anos seguintes. Ela ocorreu, sobretudo, por conta da aprovação dos alunos da UFABC em outras instituições públicas que existem há muitas décadas e que, naturalmente, gozam de reputação mais bem estabelecida do que a então recém-criada UFABC. É esse o contexto da citação da revista "O que falta à universidade é consolidar o nome". Cumpre registrar que esse fenômeno não é novo e nem surpreendente, e que instituições como ITA e UNICAMP, para citar apenas dois exemplos, passaram por circunstâncias idênticas nas suas fases de implantação.

4 - A reportagem não cita a fonte da informação de que nas Universidades Federais brasileiras "cada aluno custa à União 13.000 dólares por ano" nem diz a que ano esse número se refere. Esse número contrasta e é aproximadamente o dobro daquele disponível no portal do MEC (http://portal.mec.gov.br), onde se lê que "na educação superior - graduação e pós-graduação -, o investimento por aluno ficou em R$12.322", dados referentes a 2007. Esclarecendo, os termos "custo por aluno", usado na reportagem, e "investimento por aluno" empregado no portal do MEC são sinônimos e dizem respeito ao mesmo tipo de cálculo. (Veja aqui).

5 - Novamente, a reportagem não cita a fonte da informação de que "o Brasil responde por apenas 1,8% das citações em revistas de relevo internacional" nem diz a que ano ela se refere, tornando difícil qualquer contraponto. Cabe o registro, contudo, que, de acordo com os dados da Incites, da Thomson Reuters, que podem ser encontrados no portal do MCT, entre 2000 e 2008 a produção científica medida pelo número de publicações em revistas internacionais indexadas triplicou (de 10.521 para 30.415) e a participação do Brasil no total dessas publicações dobrou (de 1,3% para 2,6%). Nesse ano de 2008 o Brasil atingiu a 13a colocação no ranking mundial de artigos publicados em revistas especializadas ficando, por exemplo, pela primeira vez na história, à frente da Rússia. (Veja aqui).

6 - Uma vez mais, a reportagem não cita a fonte nem a que ano se refere a informação de que "um de cada quatro jovens" brasileiros ingressa no ensino superior. De acordo com os dados do Instituto de Estatística da Unesco (http://www.uis.unesco.org/), em 2005, ano da lei de criação da UFABC, essa proporção no Brasil era de apenas 16%, enquanto que na Argentina e no Chile elas se aproximavam de 60 e 50%, respectivamente.

Com relação a este último assunto, todavia, cabem algumas reflexões adicionais. A conhecida ociosidade média das vagas disponíveis nas faculdades e universidades particulares brasileiras (em torno de 50%) comprova que a maior barreira de entrada no curso superior que enfrentam os jovens brasileiros já não está no vestibular, mas em dois fatores: o primeiro e principal deles, certamente, é a impossibilidade de pagar pelo curso. E o segundo, mas não menos importante, está no fato de que as escolas privadas, que respondem por mais de 80% das vagas, tendem a oferecer um número muito grande de vagas em cursos de baixo custo de implantação, mas que podem não ser, necessariamente, as mais desejadas pelos alunos que concluem o ensino médio.

A expansão da rede federal de ensino superior é uma forma de enfrentar esse problema. A demonstração de que, mais do que uma política de Governo, essa é uma política de Estado, pode ser aferida pelas palavras do Senador Romeu Tuma (DEM, SP), por ocasião da discussão da lei de criação da UFABC. Membro de um partido que, como é sabido, faz oposição ao governo, o senador paulista pediu a palavra para pedir a aprovação do projeto justificando que ele "é importantíssimo, já que contempla uma região fundamental, do ponto de vista industrial e econômico, para o País e principalmente para o Estado de São Paulo. Além disso, é grande o número de jovens que lá se encontram para entrarem na universidade." O projeto foi aprovado por unanimidade. (Veja aqui).

Concluindo, ainda que nenhum cientista brasileiro jamais tenha ganhado o Prêmio Nobel, é sabido que muitos foram merecedores dele, como o físico César Lattes e o médico Carlos Chagas, para citar apenas dois exemplos.

Finalizando, a UFABC defende e prega as liberdades de idéias e de expressão mas, em harmonia com as cláusulas pétreas da melhor prática científica e dos mais fundamentais valores acadêmicos, defende também que a defesa de idéias e teses se dê com base em verdades factuais e no emprego de dados íntegros, levantados com rigor e precisão. Como visto acima, ao contrário do que se observa na referida reportagem.

Reitoria da UFABC

Comentário encaminhado à Reitoria por aluna entrevistada na reportagem da "Veja".

"Eu sou uma das alunas, Camila Primerano Evangelista, que saiu na foto da reportagem da revista "Veja". Gostaria de informar que tanto eu, quanto a outra aluna, Aline Alves Sanchez, não declaramos absolutamente nada do que foi escrito na reportagem publicada. Além disso, fomos proibidas de sorrir enquanto tirávamos as fotos. O fotógrafo nos pedia somente para sorrir com os olhos, e se sorríamos (sic) pedia-nos pra ficarmos (sic) sérias. Um absurdo que só entendemos após a publicação da matéria."

Texto alterado em 13/4/2010 (inclusão de comentário da aluna Camila Primerano Evangelista).

Assessoria de Comunicação e Imprensa
5/4/2010

Registrado em: Notícias
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