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UFABC amplia cotas na pós-graduação para grupos discriminados e vulnerabilizados

Publicado: Terça, 10 de Agosto de 2021, 16h52

A Comissão de Pós-Graduação (CPG) aprovou, na última semana, a Política de Ações Afirmativas de acesso e permanência nos programas de pós-graduação stricto sensu da Universidade Federal do ABC. A política tornará obrigatória a reserva de vagas para pessoas autodeclaradas negras (pretas e pardas), indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, pessoas trans (transexuais, transgêneros e travestis) e pessoas refugiadas ou solicitantes de refúgio nos programas de pós-graduação da universidade. A partir da vigência da política, os programas deverão ofertar pelo menos 30% das vagas aos grupos indicados. O documento será publicado no Boletim de Serviços da UFABC nos próximos dias.

Para o Pró-Reitor de Pós-Graduação, Charles Morphy, “a política de ações afirmativas na pós-graduação da UFABC é resultado do trabalho histórico construído coletivamente dentro e fora da instituição: núcleos, coletivos, colegiados e associações que congregam discentes, docentes e representantes da sociedade civil”. Para o Pró-Reitor, o documento reflete a visão inclusiva e plural da UFABC, assim como seu compromisso de garantir espaço à diversidade de olhares, perspectivas e interesses para além de critérios meramente quantitativos. “O objetivo  é aumentar a participação de grupos socialmente e historicamente marginalizados no processo de construção do conhecimento acadêmico-científico de ponta da pós-graduação e da pesquisa da UFABC”, diz Morphy.

Regimeire Maciel, docente do CECS e  coordenadora do NEAB-UFABC, cita que em 2019 a UFABC avaliou que era necessária uma regulamentação do que estava previsto no regimento geral da pós-graduação - que permitia que cada programa indicasse ou não a reserva de vagas em seus critérios de seleção. "Cada programa estava fazendo de uma maneira e isso implicava uma desproporção na quantidade de vagas reservadas. Tínhamos programas que reservavam duas vagas, outros que reservavam seis vagas, dez vagas. Foi esse nível de detalhamento que foi aprovado agora na CPG: a reserva mínima para os grupos que já estavam indicados na regra de 2019, adicionando pessoas trans, pessoas refugiadas ou solicitantes de refúgio e quilombolas."

Leona Wollf, psicanalista, cientista social, mestranda da UFABC e integrante do coletivo LGBT Prisma - Dandara dos Santos, comenta que, ainda que esteja ocorrendo a inclusão de pessoas trans no ensino superior e na pós-graduação,  falta uma inclusão de base. "Medidas que garantam o combate ao preconceito já na educação básica, nas famílias, nos círculos religiosos e no mundo do trabalho. São esses fatores que fazem com que meninas trans não consigam permanecer nas escolas, não tenham apoio familiar e sigam compulsoriamente o caminho do trabalho sexual. Há poucas travestis no ensino superior". Wolf destaca que os estudos realizados na UFABC sobre a vulnerabilidade social de pessoas trans serviram de referência nacional. "Mas atingimos o topo do iceberg, e agora o topo do topo. O que é importante, pois se quisermos uma universidade mais inclusiva, temos que ter uma universidade mais diversa, com outras vozes", finaliza Wolf.

O Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas, Acácio Almeida, gravou uma mensagem para a comunidade da UFABC, que pode ser assistida aqui. Em fala emocionada, o Pró-Reitor destaca a importância da aprovação política de ações afirmativas de acesso e permanência no atual contexto social do país.

A Assessoria de Comunicação e Imprensa fará ampla divulgação do documento assim que ele for publicado no Boletim de Serviços da UFABC.

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