Fapesp seleciona projeto da UFABC em chamada para Centros de Ciência para o Desenvolvimento
Início das atividades do centro está marcado para fevereiro de 2026
Um projeto da UFABC receberá R$ 6 milhões de financiamento da Fapesp para cinco anos de execução. A proposta, que tem o professor Alfeu Joãozinho Sguarezi Filho como responsável e diretor, é a de um Centro de Inovação em Resiliência Urbana e Energética (CIRUE). Ela foi escolhida pela chamada pública para os Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) 2024.
A ideia do CIRUE surge da constatação da crescente vulnerabilidade das cidades frente aos eventos climáticos extremos e da necessidade de integrar dados urbanos, energéticos e operacionais para melhorar planejamento, prevenção e resposta a crises. “O projeto foi estruturado como um centro multidisciplinar para articular universidade, governo municipal e setor privado e assim impulsionar soluções práticas e replicáveis”, explicou Sguarezi.
As atividades do novo centro estão marcadas para começar em fevereiro do próximo ano. Os trabalhos envolvem uma equipe multidisciplinar composta por pesquisadores seniores, pós-doutores, doutores, mestres e técnicos, além de parceiros institucionais e equipes da prefeitura e do Parque Tecnológico. Nos primeiros meses, estão previstas a estruturação do centro e sua governança, a implantação do sistema de indicadores, a integração piloto de dados e a configuração da plataforma de ingestão e visualização.
Vinculado ao Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas (CECS), Sguarezi afirmou que a iniciativa trará impactos positivos tanto internamente como externamente. Segundo ele, no primeiro caso, o projeto promete fortalecer capacidades de pesquisa e inovação na UFABC, gerar infraestrutura experimental e formar recursos humanos qualificados (técnicos, mestres, doutores e pós-doutores) — além de promover integração entre disciplinas e laboratórios.
“Externamente, espera-se impacto direto na gestão municipal (melhoria do monitoramento, planejamento territorial e da resiliência dos serviços essenciais), atração de investimentos e desenvolvimento de modelos e ferramentas replicáveis que possam orientar políticas públicas em outras cidades; igualmente, a produção científica e os relatórios técnicos contribuirão para difundir conhecimento e orientar decisões de setores público e privado”, disse o professor.
O projeto vai operar em parceria com secretarias de Santo André (Desenvolvimento Econômico e Trabalho; Manutenção e Serviços Urbanos; e Meio Ambiente e Mudanças Climáticas). Esse trabalho conjunto foi formalizado a partir do alinhamento entre as capacidades técnicas e de pesquisa da UFABC e as necessidades operacionais do município: a prefeitura participou desde o desenho do projeto ao disponibilizar acesso a dados, infraestrutura (como o Centro de Operações Integradas — COI) e as fazendas solares municipais, estabelecendo um fluxo de colaboração para implantação, testes em living labs e validação de resultados.
“Esse arranjo colaborativo foi pensado para permitir testes in loco, troca contínua de informação e incorporação das soluções desenvolvidas às rotinas de gestão municipal”, afirmou Sguarezi.
Benefícios
Para o pró-reitor de Pesquisa da UFABC, Wagner Carvalho, a seleção do centro é altamente “representativa para a UFABC”. Ele entende que “o resultado reforça o papel estratégico da universidade como polo de excelência em pesquisa aplicada e inovação tecnológica” em São Paulo.
“O reconhecimento pela Fapesp, uma das agências de fomento de maior prestígio do país, evidencia a maturidade institucional da UFABC em liderar projetos complexos, interdisciplinares e voltados a desafios reais da sociedade, como a transição energética e a resiliência urbana”, afirmou Carvalho.
De acordo com o pró-reitor, a aprovação do CIRUE confirma que a UFABC está plenamente afinada com as diretrizes das principais agências de fomento, em especial da Fapesp, que valoriza projetos com relevância social e econômica, foco em problemas públicos e parcerias institucionais sólidas.
“Observe que o modelo dos CCDs exige governança robusta, interdisciplinaridade, transferência de conhecimento e resultados aplicáveis à formulação de políticas públicas, que são pontos relevantes presentes na proposta da UFABC”, disse.
Ele listou ainda os benefícios que o projeto trará à Universidade: infraestrutura e visibilidade científica; formação de recursos humanos qualificados; parcerias e impacto regional; captação de novos recursos; e aproximação com políticas públicas.
O diretor do CECS, Marcos Pó, avalia que o Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas sempre foi forte e tem conseguido avançar cada vez mais nas pesquisas aplicadas, com destaque para as que envolvem parcerias com o setor público e privado e essa aprovação é mais uma demonstração disso.
“O CECS é o centro com mais convênios e parcerias e tem tido projetos de grande porte aprovados em agências financiadoras, como o primeiro projeto temático da UFABC, além de ações no Programa de Pesquisa em Políticas Públicas e no CEPID da Fapesp”, disse Marcos Pó.
Entenda como o CIRUE atuará
Em parceria com a Prefeitura de Santo André, o CIRUE desenvolverá soluções inovadoras para fortalecer a segurança energética e aumentar a resiliência urbana do município. A iniciativa integrará tecnologias avançadas como Digital Twins e a gestão inteligente de infraestruturas urbanas.
O projeto também vai reunir dados dos repositórios e centros de controle e gestão da prefeitura relacionados à infraestrutura energética, além de informações das quatro fazendas solares de Santo André e da rede de iluminação pública.
Desse modo, o centro poderá subsidiar a formulação de políticas públicas voltadas à infraestrutura energética e resiliência urbana.
Integrantes do projeto
Alfeu Joãozinho Sguarezi Filho (CECS) - coordenador geral e diretor do centro
Ahda Pionkoski Grilo Pavani (CECS)
Angela Terumi Fushita (CECS)
Gerardo Alberto Silva (CECS)
Joel David Melo Trujillo (CECS)
María Cleofé Valverde Brambila (CECS)
Prefeitura de Santo André
Ricardo Magnani - Vice-diretor do centro
Robson Moreno
Rosana Giuliano
Bolsistas: 2 -pós-doutorados, 8 doutores, 5 mestres e 3 bolsistas TT
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