Pesquisa reflete sobre a mulher na história das práticas punitivas e nos mecanismos de controle social no país
A pesquisa “De menores AbandonadAs a adolescentes infratorAs: gênero, controle e punição”, coordenada pela professora da UFABC Alessandra Teixeira, discute a emergência da mulher na história das práticas punitivas no Brasil, propondo descortinar a invisibilidade do controle e da violência dirigidos às meninas pobres e racializadas no espaço urbano, classificadas como ‘abandonadas’ ou ‘infratoras’.
O estudo analisou os prontuários do Serviço Social de Menores de São Paulo, entre os anos de 1930-1960, permitindo identificar formas de criminalização e punição e os dispositivos de controle sobre o corpo, a sexualidade e a autodeterminação que, segundo o trabalho “apesar de reforçarem iniquidades, não impediram que estratégias fossem engendradas pelas sujeitas para resistir às investidas do poder, através de atos de insurgência cotidianos reativos às tentativas reiteradas de sujeição”.
O objetivo foi mostrar “uma página pouco conhecida da história da infância pobre e racializada no país, revelando como o Estado, com suas instituições e práticas de controle, foi parte fundamental na reprodução de desigualdades, sociais, raciais e de gênero que marcam nossa sociedade”, conforme o vídeo de apresentação da pesquisa.
A pesquisa integra a Chamada Universal MCTIC/CNPq2018 e conta com a participação do professor Fernando Afonso Salla, que coordena o estudo ao lado de Alessandra Teixeira, e dos pesquisadores Vítor Furlan Jorge e Bruno Toller, da USP. A metodologia aplicada na pesquisa, bem como os principais resultados, foram compartilhados em vídeo produzido pelo grupo, que se encontra disponível no YouTube: Vídeo - Pesquisa Meninas Abandonadas CNPq e UFABC.
Assessoria de Comunicação e Imprensa
Redes Sociais