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UFABC e Volkswagen firmam parceria para estudo da utilização de grafeno em células a combustível

Publicado: Sexta, 04 de Agosto de 2023, 09h28

A pesquisa realizada na Universidade Federal do ABC (UFABC) recebe subsídios da fabricante alemã Volkswagen para, com a ajuda de grafeno - um nanomaterial bidimensional à base de carbono, com potencial para aplicações tecnológicas diversas - desenvolver células a combustível alimentadas com etanol. Iniciada em junho de 2022, também tem apoio da Start-up Skintech, no âmbito do programa Rota 2030.

“O grafeno é um material com propriedades muito interessantes”, diz o professor Danilo Justino Carastan, coordenador do projeto. “Em particular, utilizamos grafeno para modificar propriedades de outros materiais. No nosso projeto, o objetivo é fazer com que materiais plásticos adquiram condutividade elétrica pela incorporação de grafeno e outros aditivos à base de carbono”.

Orçada em R$1 milhão, a pesquisa também tem incentivo financeiro da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). “A parte mais custosa foi a aquisição de uma impressora 3D de porte industrial, essencial para o desenvolvimento do projeto”, relata Carastan.

ufabc e volkswagen firmam parceria para estudo da utilizacao de grafeno em celulas a combustivel foto ctim ufabc

Docente Danilo Carastan, da UFABC, na inauguração do Way To Zero Center, centro de pesquisa e desenvolvimento da Volkswagen América do Sul, em São Bernardo do Campo (SP). Crédito: Reprodução CTIM UFABC.

 

Inicialmente, o projeto prevê o desenvolvimento dos nanocompósitos poliméricos funcionais e a preparação dos filamentos para a impressão 3D. As próximas etapas contarão com a colaboração de outros centros de pesquisa e preveem a impressão das placas bipolares, preparação dos módulos de potência e testes das células a combustível alcalina a etanol direto (ADEFC).

Segundo Carastan, pós-doutor em Engenharia de Materiais pela Universidade de São Paulo, a pesquisa em células a combustível é um campo com bastante espaço para avanços tecnológicos nos próximos anos: “As placas bipolares que estamos desenvolvendo poderão ser utilizadas, por exemplo, em tecnologias de baterias.” Além disso, ressalta que os materiais poliméricos condutores à base de grafeno e tecnologias de impressão 3D “poderão ser utilizados em outras aplicações para a indústria automotiva, aeroespacial, biomédica, robótica, entre outras”.

O trabalho é conduzido pelo Grupo de Ciência, Tecnologia e Inovação em Materiais (CTIM) da UFABC, uma unidade Embrapii credenciada na área de Materiais Funcionais desde 2020. O CTIM atua em vários projetos de pesquisa e inovação em parceria com a indústria. Atualmente, há no grupo cinco projetos em andamento com apoio das empresas Volkswagen, Skintech, Prometeon, Autoscience, STC Silicones, Kinner, Christensen Roder e Bioativos Group.

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CTIM recebe os colaboradores da Volkswagen na UFABC. Crédito: Reprodução CTIM UFABC.

 

ENTENDA A PESQUISA

CÉLULAS A COMBUSTÍVEL

As células a combustível são um sistema de conversão de energia química em energia elétrica. Como um todo, a operação produz baixo impacto ambiental: sem vibrações, ruídos, combustão e gases estufa. Entretanto, tradicionalmente, são alimentadas com hidrogênio, que como um gás, apresenta dificuldades de armazenamento e transporte, além dos riscos relacionados à inflamabilidade.

Através de um dispositivo chamado reformador, é possível utilizar outros combustíveis para gerar localmente o hidrogênio, mas esse processo acrescenta novas complexidades ao sistema. “Por isso, estamos focando em células alimentadas diretamente por etanol: um combustível de origem renovável, de baixo custo, fácil transporte e alta disponibilidade”, explica Carastan.

A desvantagem é que as células a etanol são menos eficientes do que as alimentadas por hidrogênio. Os pesquisadores da UFABC visam então compensar esse déficit pelo ajuste das dimensões e peso dos conjuntos, desenvolvendo materiais que melhorem o desempenho mecânico e a condutividade elétrica de placas bipolares.

AS PLACAS BIPOLARES

Uma placa bipolar é um dispositivo condutivo encontrada nas células a combustível. “Nessas placas ocorre a distribuição do reagente e separação dos módulos formados por membrana de troca protônica e eletrodo contendo platina”, colabora o graduando e pesquisador Lucas Yudi Maeda Rodrigues.

As placas são responsáveis por distribuir homogeneamente o combustível e o oxigênio nos eletrodos; conectar o potencial da célula completando o circuito elétrico e conduzir eletricidade para o circuito externo da célula. Todavia, atualmente, as placas são compostas de metal, grafite ou compósitos de polímero com alta carga de carbono, resultando em materiais com densidade elevada e frágeis, esclarece o professor Suel Eric Vidotti.

Doutor em Ciência e Engenharia de Materiais, Vidotti explica que a indústria automotiva também procura diminuir o peso dos veículos para baixar consumo de combustíveis. “Nesse sentido, temos como objetivo desenvolver as placas bipolares por impressão 3D a partir de nanocompósitos poliméricos preparados com cargas condutivas, entre elas o grafeno, melhorando as propriedades mecânicas e de condutividade elétrica e diminuindo o peso das células a combustível.”

NANOPARTÍCULAS DE CARBONO

O objetivo da primeira parte da pesquisa é, portanto, utilizar nanopartículas de carbono (como grafeno, nanotubos e negro de fumo) para melhorar o desempenho mecânico e a condutividade elétrica destes materiais. “O grafeno combina transparência, flexibilidade e alta mobilidade intrínseca dos portadores de carga, podendo suportar densidades de corrente de magnitude 6 vezes maior que o cobre.” Além disso, continua Vidotti, na aplicação desejada, “essas nanopartículas podem ser utilizadas em quantidades bem menores em comparação com cargas convencionais”.

A dificuldade relacionada ao estudo é a dispersão das nanopartículas nos polímeros. “A dispersão é fundamental para que ocorra a transferência efetiva de carga resultando em melhoria mecânica e também na formação da rede de percolação, responsável pela condutividade elétrica das amostras”, finaliza.

Este projeto é coordenado pelo Pr. Dr. Danilo Justino Carastan e conta com os professores Dr. Suel Eric Vidotti e Dr. Anibal de Andrade Mendes Filho. Também estão presentes o pós-doutorando Luís Marcelo Garcia, os mestrandos Tamara Chalegre e Thiago Nunes, além de oito alunos de Iniciação Científica: Lucas Yudi Maeda Rodrigues, Paulo Henrique Ribeiro Dantas, Arthur da Silva Santos, Julia Pires Bertagna, Angelo Giuseppe Rosa, Rafael Oliveira Batista Piacitelli, Lívia Passos Santos e Cesar Matheus Martins.


Assessoria de Comunicação e Imprensa - ACI UFABC

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