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Projeto propõe método alternativo de mapeamento epidemiológico da Covid-19

Publicado: Quinta, 28 de Mai de 2020, 15h00

Propor um método alternativo de mapeamento epidemiológico para prever a propagação da Covid-19, baseado em biomarcadores de vírus no esgoto sanitário. Esse é o objetivo principal de um dos projetos de pesquisa aprovados pelo Comitê da UFABC contra o novo Coronavírus, sob coordenação do Prof. Dr. Rodrigo Bueno, que também coordena o curso de Engenharia Ambiental e Urbana da Universidade. 

Segundo o coordenador do projeto, estudos recentes evidenciaram a presença do RNA do vírus no esgoto sanitário e, embora ainda não existam evidências científicas de que uma pessoa possa ser contaminada pelo esgoto, é possível utilizar o RNA do vírus, captado em amostras de esgoto, como um bioindicador. “Essa abordagem de monitoramento, através de biomarcadores, pode fornecer dados interessantes para a detecção, por exemplo, de um alerta precoce de surto viral para ajudar governos ou agências locais a fazerem intervenções de forma eficaz, junto a outras ferramentas”. 

Ele pontua que o monitoramento da Covid-19 desde o estágio inicial pode antecipar tomadas de decisão por parte das autoridades. “Acreditamos que, no caso de infecções assintomáticas, ou de pessoas que ainda não tem certeza se estão ou não infectadas, a detecção da presença do vírus no esgoto da comunidade pode determinar se existem transportadores de Covid-19 naquela área investigada. Outro aspecto importante é que, por meio desse mapeamento, seria possível propor estratégias de movimentação de pessoas, como adoção ou liberação de quarentena, medidas mais restritivas ou não, mapeadas indiretamente com outras ações”. 

A primeira etapa do projeto foi a definição de pontos estratégicos de coleta, com o apoio da companhia de saneamento básico local. Foram selecionadas sub-bacias representativas de diferentes contextos socioeconômicos da região. “Partimos de algumas premissas: vamos mapear regiões de população com maior vulnerabilidade socioeconômica, regiões de classe econômica média e alta, regiões em que existe maior concentração de hospitais de referência para o tratamento da doença, incluindo o hospital de campanha que está sendo instalado no Campus Santo André da UFABC, além de algumas regiões com precariedade habitacional e baixo acesso a infraestrutura de saneamento básico”. 

A segunda etapa será iniciada em junho, e consistirá na coleta de amostras de esgoto das referidas regiões para a possível detecção do vírus. A concentração e análise das amostras serão realizadas em laboratórios da UFABC. “É um projeto de longo prazo: pretendemos monitorar durante 24 meses, não só para essa situação emergencial agora, mas pensando também numa intervenção futura”. Com base nos resultados do monitoramento, a ideia é desenvolver produtos, como mapas georreferenciados das regiões avaliadas, com a classificação, por exemplo, de possíveis surtos virais de baixo, médio e alto risco. As informações serão divulgadas em boletins informativos, junto aos órgãos municipais competentes, como as secretarias de saúde. O intuito é que sirvam de subsídios para tomadas de decisão pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e que contribuam para a construção de políticas públicas. 

O estudo pretende contribuir, também, para o conhecimento científico e tecnológico na área de saúde pública, bem como para a formação de alunos por meio de iniciação científica, mestrado e doutorado. O projeto conta com a colaboração de pesquisadores de programas de pós-graduação da UFABC, da Faculdade de Medicina do ABC e da Universidade de São Paulo, além do apoio da companhia de saneamento básico local. “É um projeto em que pretendemos trabalhar em rede com outros estados, permitindo a troca de informações. O mapeamento em si já é bem consolidado e praticado em alguns países, mas o tema Coronavírus é muito novo, então há um desafio enorme pela frente. A ideia é trazer uma contribuição efetiva da UFABC, e de diversos profissionais e pesquisadores que estão debruçados em relação ao enfrentamento da Covid-19”, conclui o coordenador. 

Assista ao vídeo sobre o projeto: 



#NósPeloBemComum

Assessoria de Comunicação e Imprensa da UFABC

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