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Método para melhorar a proficiência em leitura é destaque no VI Simpósio de Neurociência e Cognição

Publicado: Terça, 05 de Dezembro de 2023, 14h51

Entre os dias 24 e 26 de outubro, o Programa de Pós-Graduação em Neurociência e Cognição (PPGNC) da Universidade Federal do ABC realizou o VI Simpósio de Neurociência e Cognição no campus de São Bernardo do Campo. Na quarta-feira, 25, a professora franco-californiana e presidente da Excello, Cassandra Potier Watkins, palestrou sobre o projeto Kalulu, uma plataforma conta com um aplicativo para dispositivos móveis, criado pela primeira vez em resposta ao apelo do Ministério da Educação da França por tecnologias educativas baseada em evidências.

O Kalulu chegou ao Brasil por meio do laboratório da professora Katerina Lukasova na UFABC. Em 2019, ocorreu o projeto piloto com 19 crianças para avaliar a repercussão nacional da iniciativa. Em 2022, a pesquisa já contava com 175 alunos de escolas municipais de Santo André. Os resultados mostraram que o método produziu benefícios perceptíveis para leitura, memória e linguagem, habilidades importantes na alfabetização.

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Cassandra Watkins posa com estudantes e professores de Neurociência e Cognição da UFABC. Crédito: Monique Scantamburlo | ACI - UFABC.

 

Camilo Ernesto Subenko Olalla, doutorando e mestre em neurociência e cognição com o projeto KALULU: Adaptação e avaliação do jogo digital para a alfabetização e aritmética básica, explica que as melhoras são na memória de trabalho e na fluência verbal fonêmica: “O Kalulu foi desenvolvido baseado no método fônico, um dos métodos mais estudados e eficientes para aprender a ler, mas não é o método mais comum no Brasil. É interessante ver que um programa fônico, dentro de um contexto não fônico, teve um ótimo benefício, deixando uma indicação que talvez mais tempo dentro desse tipo de ensino poderia gerar resultados ainda melhores”.

O projeto existe nas versões em inglês, francês e português. Além de desenvolvê-lo em espanhol e tcheco, os próximos passos incluem finalizar um site e uma plataforma na qual os resultados poderão ser consultados por professores e responsáveis semanalmente, publicação dos dados e distribuição gratuita, afora novas parcerias e aplicações. “Há um projeto em andamento para aplicação do Kalulu com alunos da Educação de jovens e adultos (EJA) porque o jogo é modular e podemos modificar os estímulo (palavras) em cada versão”, expõe Olalla, membro do Grupo de Estudos em Neurociência da Linguagem e Cognição (GELC).

Este é um dos grupos de pesquisa vinculados ao Bacharelado em Neurociência, ao Programa de Pós-graduação em Neurociência e Cognição e ao Núcleo Interdisciplinar de Neurociência Aplicada (NINA) da UFABC. Louise Machado integra o GELC pesquisando as influências translinguísticas em crianças bilíngues português-inglês e sua associação com dados de experiência linguística e funções executivas: “Fazemos tarefas que avaliam as misturas entre os idiomas, contexto interacional, fluência verbal em ambas as línguas e atividades que avaliam controle inibitório, atenção, flexibilidade mental e memória de trabalho”, detalha.

Além de apresentar os dados preliminares de sua pesquisa, a mestranda foi avaliadora dos pôsteres dos jovens pesquisadores de Iniciação Científica: “Foi muito rico poder conhecer outros projetos e estudantes super entusiasmados em poder falar sobre seus trabalhos. Avaliar sempre traz responsabilidades, porém notei que todos estavam preparados e sabiam explicar muito bem o que faziam”.

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Andrea Almeida, Camilo Olalla e Louise Machado. Crédito: Monique Scantamburlo | ACI - UFABC.

 

Pôsteres, apresentações orais, palestras, mesas-redondas, visitas guiadas e minicursos nos temas atuais relacionados às interfaces cognitiva, biológica e computacional da Neurociência foi a programação dos três dias do evento organizado anualmente pelos discentes do Programa de Pós-Graduação em Neurociência e Cognição da Universidade Federal do ABC.

“Diversos alunos da pós graduação em neurociência e alguns da graduação montaram frentes de trabalho para cuidar da organização da programação, organizar a disponibilidade de auditórios e materiais junto a faculdade e fazer a divulgação para público. Durante o evento é uma maratona para fazer tudo dar certo, cuidando dos bastidores de todas as atividades. É trabalhoso, mas todos se empenharam para o evento ser o melhor possível”, relata Katarina Fernandes, mestranda que investiga se a conectividade espontânea de diferentes regiões do córtex pré-frontal, na ausência de tarefas cognitivas ou motoras, está associada com o desempenho em aritmética de crianças dos anos iniciais do ensino fundamental.

“Ver pessoas genuinamente interessadas na minha pesquisa e destacando pontos que acharam muito positivos e com questionamentos que contribuem para o meu trabalho é enriquecedor e reforça a percepção da relevância do que estudo”, diz corroborando com o objetivo do Simpósio de proporcionar um espaço para discussão, integração entre acadêmicos e divulgação de trabalhos científicos com temas pertinentes à Neurociência.

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Estudantes expõem pôsteres durante o VI Simpósio de Neurociência e Cognição. Crédito: Monique Scantamburlo | ACI - UFABC

Andrea Ferreira de Azevedo Almeida, mestranda em Neurociência e Cognição com a dissertação “Intervenção musical para treinamento de habilidades de consciência fonológica e funções executivas em crianças pré-escolares” (que ficou em primeiro lugar nas pesquisas de mestrado na edição passada), falou da sua experiência no VI Simpósio: “Para ser sincera, eu adorei! Foi o melhor simpósio que participei desde que estou na UFABC. Ano passado a minha pesquisa ficou em primeiro lugar no mestrado, fiquei muito orgulhosa, mas pra mim esse foi o melhor simpósio porque tivemos uma palestrante da minha área, Cassandra, que veio falar da importância dos jogos, da ludicidade, atividades que mantém a criança mais engajada na sala de aula e trazendo benefícios para alfabetização”.

Este ano os vencedores foram:

  • Iniciação Científica: Thainá Soares Franchi (Efeitos do álcool no desenvolvimento hipocampal in vitro - um estudo piloto), Geovana Rosa Oliveira dos Santos (Avaliação da expressão de proteínas envolvidas da plasticidade sináptica em camundongos hipomórficos para klotho) e Isabel Almeida Bender Verrone (Avaliação da leitura de universitários brasileiros, medida por meio de rastreio ocular e medidas de Qualidade Lexical);
  • Mestrado: Gabriela Morales Lima (Caracterização por imunofluorescência de neurônios corticais derivados de iPSCs de pacientes com ELA/FTD C9orf72), Gabrieli Bovi dos Santos (Estabelecimento de um modelo 2D de Retinose Pigmentar in vitro) e Théo Henrique de Lima Vasconcellos (Inositol 1,4,5-triphosphate receptor type 1 plays have different roles in retinal development: health vs retinitis pigmentosa);
  • Doutorado: Bruna Petrucelli (Efeito da melatonina na morte celular, neuroinflamação e comportamento de ratos após asfixia perinatal), Débora Sterzeck Cardoso (Efeitos da terapia de fotobiomodulação na morte celular no hipocampo e na neuroinflamação após asfixia perinatal em ratos) e Gustavo Brito de Azevedo (O efeito da depleção de dopamina e do rTMS do córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo no temporal binding: possíveis dissociações entre as percepções de evento e de intervalo) e
  • Apresentação oral: Marília Inês Móvio (doutorado) com o trabalho Verteporfina: Uma Promissora Abordagem Terapêutica para a Retinose Pigmentar com Impacto na Neuroinflamação.

 Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI UFABC)

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